Ir direto para menu de acessibilidade.

GTranslate

ptenes

Opções de acessibilidade

Você está aqui: Programa > Área(s) de concentração e linha(s) de pesquisa
Início do conteúdo da página

Área(s) de concentração e linha(s) de pesquisa

Publicado: Quinta, 19 de Outubro de 2017, 17h11 | Última atualização em Terça, 13 de Junho de 2023, 14h48 | Acessos: 5419

A partir da III Reunião Ordinária do PPGPAM, de 2023, foram finalizados os trabalhos de revisão das linhas e das novas estrutura curricular. 

Área(s) de concentração.

- Desenvolvimento Regional e Urbano da Amazônia  

A área de pesquisa está centrada nas questões do planejamento e do desenvolvimento da Amazônia, dentro de uma perspectiva polissêmica e multiescalar. Considera que tais questões podem ser apreciadas por meio da relação entre distintos níveis de mediação do espaço, desde sua reprodução social a nível mais local e regional até sua integração com níveis nacional e global, fundamentadas em políticas, ações e intervenções com enfoque na Amazônia. Dentro de um contexto periférico, brasileiro e sul-americano, o processo de desenvolvimento leva em conta as assimetrias sociais e territoriais e suas ressignificações no cenário atual, associando os fenômenos da concentração/expansão do capital ao redimensionamento das heterogeneidades estruturais e espaciais e dos seus impactos socioambientais.

A região é entendida como uma síntese formada por dimensões de diferentes áreas de conhecimento e pelo diálogo permanente entre estas. Num primeiro plano podemos elencar relações entre História, Economia, Demografia, Geografia, Sociologia e Ciência Política, mas também outras experimentações interdisciplinares, buscando compreender a Amazônia em sua totalidade, complexidade e atualidade, desde que foi gestada pela ocupação, pelos ritmos de migrações e acomodações e pelos conflitos entre as forças produtivas e sociais nos territórios ao longo do tempo. Complementarmente, intenta compreender os processos aglutinadores de fenômenos que desaguam numa abordagem interdisciplinar da problemática das desigualdades regionais e territoriais.

O conceito de desenvolvimento está fundamentado na compreensão das desigualdades sociais, econômicas e espaciais; das dinâmicas regionais, territoriais e socioambientais; e do papel do planejamento urbano, com destaque para as cidades amazônicas, a fim de gerar diagnósticos e cenários que, prospectivamente, contribuam com a superação desses problemas. A dimensão sociedade–espaço, recortada a partir das relações de poder, permite a conexão entre planejamento, desenvolvimento e Amazônia - território prioritário das análises e intervenções. Território, enquanto categoria analítica, permite compreender as hierarquias, conflitos e legitimações das relações sociedade-espaço e seus efeitos nas formas de apropriação/dominação, uso, conformação e ordenamento.

O planejamento é compreendido, nesse contexto, como um conceito mediador chave, fundamentado entre o constructo teórico e a formulação da intencionalidade por meio das políticas públicas e da participação dos demais agentes sociais no sentido da formulação de estratégias de desenvolvimento adequadas à realidade amazônica. Trata-se de categoria chave para a reflexão sobre a intervenção das distintas forças sociais desde/sobre a região. É entendido como categoria analítica, que permite refletir sobre as intencionalidades e estratégias dos diferentes agentes (grupos sociais, classes e frações) atuando na região, condensando-se de forma importante, mas não exclusiva, na ação do Estado, e legitimando-se socialmente como projeto hegemônico ou contra-hegemônico. Mas também é entendido como ferramenta de intervenção, que permite refletir sobre as possibilidades de instrumentalização e fortalecimento de agentes, estratégias e processos de desenvolvimento que apontem para determinadas direções.

Nesse sentido, esta área de concentração objetiva compreender os processos de desenvolvimento na Amazônia, refletindo sobre as transformações socioespaciais e os conflitos e contradições decorrentes, bem como as dinâmicas e possibilidades de planejamento/intervenção. Visa fornecer, consequentemente, um instrumental analítico para a formulação de diagnósticos, para a  análise da implementação de políticas e projetos, de planos e programas, de forma a construir uma visão estratégica e produzir um posicionamento crítico perante a realidade regional e urbana da Amazônia. 

O PPGPAM está envolto de uma realidade regional diversa e conflituosa, em que elementos de uma avanço técnico e de ocupação territorial de forma homogênea disputa por espaços de forma permanente. Forças sociais contra-hegemônicas buscam se estruturar em torno de outros modos de vida e por meio de formas inovadoras de inserção em mercados locais e extra-locais. A questão regional e urbana, neste caso, ultrapassa a dominação da expansão agropecuária e se estabelece também a partir do eixo catalisador da mineração de grande escala, seja esta avalizada pela governança estatal ou não. De forma singular, em relação a espaços não-amazônicos, é preciso destacar a amplitude que a questão indígena toma nesta região, por conta das mais diversas populações indígenas estabelecidas, com distintas relações com Estado, empresas e sociedade.

Linha(s) de pesquisa. 

(1) Desenvolvimento, planejamento e região

Propõe discutir os processos acerca do desenvolvimento gestados por perspectivas hegemônicas e contra-hegemônicas, concomitantemente às dinâmicas de planejamento, impulsionando compreender as desigualdades da Amazônia a níveis infra territoriais e regionais e suas determinações a partir de relações com formas econômicas e políticas nacionais e globais. Dessa forma, deve-se estruturar estudos que contemplem:

  • Modelos de economia regional alinhavada à interpretação por intermédio de sínteses das estruturas econômicas e sociais das trajetórias das desigualdades na Amazônia e das múltiplas dimensões da pobreza e da desigualdade;
  • Utilização de instrumentais analíticos de diagnóstico a níveis regionais e territoriais, tais como análise de investimentos estatais na região, apreciação das finanças públicas dos órgãos de planejamento, matriz-insumo produto das forças produtivas regionais, especialmente da agropecuária e da mineração e de seus laços produtivos e comerciais a jusante e a montante das cadeias de valor;
  • Análises das diversas estruturas de reprodução material de povos indígenas, quilombolas e tradicionais amazônicos e de seus permanentes entrelaçamentos e disputas com planejamento estatal e das empresas regionais e transnacionais;
  • Planejamento como intencionalidade para o desenvolvimento;
  • Aspectos simbólicos sobre a cultura material e imaterial das elites locais;
  • Análise da economia camponesa e da produção de pequena e médias escala, suas capacidades técnicas e econômicas e seus laços de determinação em vários níveis de mediação espacial e institucional;
  • O desenvolvimento regional e sua relação com recursos naturais, o meio ambiente e políticas e ações de estruturação e desestruturação da proteção à diversidade socioambiental amazônica.

(2) Planejamento e cidades na amazônia.

A linha de pesquisa 2 desenvolve estudos relativos ao planejamento dos processos de urbanização ligados à concentração espacial de [instituições], empresas e citadinos, assim como de suas interações e dinâmicas. São temas desta linha de pesquisa:

  • Desenvolvimento de conhecimentos sobre os determinantes no planejamento da divisão entre espaços de produção, sociais e de circulação e infraestrutural dentro das cidades amazônicas, entendendo estas divisões nas diferentes escalas;
  • Diagnósticos e proposições de políticas para problemas em escala intraurbana, desde locais, núcleos e bairros, além de estudos dos diferentes padrões que o uso do espaço urbano, tanto privados quanto públicos, individuais ou coletivos;
  • Mapeamento e análise de rede urbana e hierarquias urbanas nas escalas regional, interregional, nacional e global, em diálogo com padrões distintintos de acumulação de capital e ordenamento territorial ao longo da história;
  • Análise dos impactos para a urbanização regional combinados com os níveis gerais de desenvolvimento do país ao longo do tempo, dos padrões de investimentos produtivos e regionais e dos modelos de capitalismo a nível global e sulamericano;
  • Estudos das estruturas predominantes de estratificação social, das normas e tradições culturais e das condições gerais da autoridade política e do poder, tanto locais quanto regionais e nacionais que influenciam no ordenamento urbano amazônico e regional.
  • Análise da diversidade de formas de planejamento, seus agentes principais, suas dinâmicas e interações, tanto públicas (governamentais), privadas e coletivas (associações civis, coletivos e movimentos sociais) ou privadas e econômicas (empresas) e suas manifestações no espaço urbano.

Fim do conteúdo da página