Após amplo debate, Seminário "Amazônia: a região de Carajás" encerrou na última sexta-feira (20)
Um livro com mais de 700 páginas, que envolveu majoritariamente pesquisadores da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa) em sua produção enquanto autores, foi lançado na última semana, do dia 16 a 20 de agosto de 2023, durante o seminário homônimo "Amazônia: a região de Carajás", dividido em sessões que tiveram como foco principal a apresentação dos capítulos do livro para promoção do debate sobre a região que abrange o sul e sudeste paraense. O seminário se destacou pela profundidade e interdisciplinaridade das discussões.
Durante os cinco dias de seminário, participaram diversas pessoas da comunidade acadêmica, incluindo discentes, docentes e técnicos. Esta primeira edição do evento movimentou as três unidades da Unifesspa em Marabá, além dos Institutos de Ciências Sociais Aplicadas (ICSA - Rondon do Pará) e o de Estudos do Trópico Úmido (IETU - Xinguara). Isso destacou a interdisciplinaridade que a obra propõe ao retratar a região por meio de múltiplas perspectivas e leituras plurais.
A obra “Amazônia: a região de Carajás” é marcada por um trabalho coletivo. Organizado pelo prof. Maurílio Monteiro, o livro oferece uma imersão profunda nas questões que envolvem a região amazônica, especificamente a região de Carajás, a qual o livro apresenta em diferentes vertentes. Além disso, a obra é prefaciada pelo Prof. Titular Carlos Brandão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que destaca as principais abordagens, questões cruciais para um debate sobre o futuro da Amazônia na terceira década do século XXI. Ele enfatiza a importância das lutas e dos movimentos sociais na região, bem como o desafio de conter as forças sociopolíticas e econômicas que buscam explorar seus recursos territoriais e, ainda, questiona a concepção da Amazônia como mera plataforma de exploração e capitalização de rendas.
(VI Sessão: Economia e região Dia– Auditório da Unidade III, em Marabá,)
Para Maurílio Monteiro, o objetivo do seminário foi amplamente alcançado. A abordagem adotada deu origem a discussões amplas e enriquecedoras, envolvendo mais de 60 pessoas nas mesas de debate e mais de 500 participantes no público. “Estas discussões não apenas possibilitaram a apresentação de alguns dos capítulos, mas também impulsionaram o avanço das ideias. Agora, estamos ansiosos para que a partir desse ponto surjam novos produtos, textos e reflexões que estejam intimamente ligados à dinâmica de nossa região, contribuindo assim para o progresso e compreensão contínuo do nosso contexto”, reforça.
De acordo com a estudante do curso de História na Unifesspa, Meirielle Pereira, que esteve presente na Sessão X e XI, no Campus de Xinguara: “este seminário foi incrivelmente benéfico para mim, pois estamos cursando três disciplinas relacionadas à Amazônia. A primeira delas aborda a Colonização na Amazônia, a segunda concentra-se no século XIX, e a terceira já se aprofunda no século XX. Todas essas disciplinas exploram questões ambientais, desenvolvimento e aspectos sociais na Amazônia. Portanto, o seminário contribuiu significativamente para o nosso currículo e enriqueceu consideravelmente nosso conhecimento nessa área específica”.
Eliza Santos, mestranda em História pelo Programa de Pós-Graduação em História (PPGHIST), acompanhou os debates, e relata que o tema explorado na obra literária ampliou o entendimento da região, especialmente para aqueles que vêm de outros lugares. Ela destaca que “ao mudar de uma localidade para outra, a oportunidade de aprender mais sobre a região, suas pessoas, conflitos e toda a história regional é valiosa, algo que muitas vezes não é possível quando não se é nativo do local”. Eliza enfatiza, ainda, a importância de trazer essas discussões para diversos alunos, incluindo graduação e pós-graduação, bem como professores de diferentes programas que participaram ativamente do debate.
O coordenador do Programa de Pós-Graduação em Planejamento e Desenvolvimento Regional e Urbano na Amazônia (PPGPAM), professor Evaldo Gomes, destaca o esforço coletivo que reuniu pesquisadores de diversas disciplinas, notadamente os programas de pós-graduação de variados campos, que desempenharam um papel fundamental na organização do evento e na promoção de diálogo entre inúmeros pesquisadores na criação dos artigos apresentados.
“O seminário não apenas forneceu um espaço para a disseminação do conhecimento, mas também serviu como um fórum para destacar os desafios que nossa sociedade regional enfrenta. Abordou questões cruciais a serem resolvidas em torno da pobreza, da produção de mercadorias, a ordenação do território, a preservação do meio ambiente e a busca pela sustentabilidade. Ao fazê-lo, o seminário permitiu que todos os participantes contribuíssem da melhor maneira possível”, ressalta o coordenador.
No desfecho deste Seminário, é importante ressaltar que os últimos dias marcaram um momento importante e significativo para todas as áreas participantes dos debates, destacando a capacidade dos envolvidos de terem unido esforços incansáveis em prol do entendimento de desafios complexos na região, progresso e sucesso de todo o evento. Cada membro trouxe sua experiência e aprendizado para este projeto, desempenhando papel vital na organização, disseminação das informações e na promoção do evento.
Os próximos campi a receberem o seminário, com continuação dos debates interdisciplinares dos outros capítulos da obra, serão o Instituto de Estudos do Xingu (IEX) em São Félix do Xingu, e o Instituto de Engenharia do Araguaia (IEA) em Santana do Araguaia.
Texto: Kawane Ricarto e Laura Guido (Bolsistas do Lacam)
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